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Curiosidades

No copo-de-leite, planta tóxica e invasora, uma espata protege as inflorescências. - 05/11/2006

O copo de leite (Zantedeschia aethiopica Spreng) é uma planta nativa do Transvaal, na África do Sul. Pertence á família Araceae que compreende espécies de monocotiledôneas herbáceas e trepadeiras. Seu nome foi dado em homenagem ao botânico italiano Giovanni Zantedeschi (1797-1873), um homem bastante curioso e versátil. Além de ser professor de Física e Filosofia do Liceu de Veneza, foi médico e botânico. O primeiro termo, obviamente, veio do nome do cientista. Já o segundo não se refere especificamente à Etiópia, mas a toda a região africana assim conhecida no século 19, que compreendia por exemplo a Líbia e o sul do Egito. Hoje, entretanto, sabe-se que a espécie é na verdade originária da África do Sul. Forma grandes extensões em deltas de rios, lagos, etc.. É usada como ornamental em outras zonas de clima temperado, devido às suas flores grandes e à facilidade com que se cultiva. É tóxica, e possivelmente uma espécie invasora.

Quando adulta pode chegar até 1 metro de altura. Suas folhas verde escuro tem um formato de ponta de lança; é uma planta com rizoma pouco profundo (caule subterrâneo) e raízes carnosas. O que chamamos de flor é na realidade uma folha modificada chamada de espata. A espata envolve o espádice (pequeno bastão amarelo) que contém as flores masculinas e femininas. Floresce todo o ano, principalmente de julho a janeiro. Seu uso mais tradicional é o de flor de corte, muito apreciada em buquê de noiva e como flor principal em arranjos, apesar de expressar ambigüidade e conflito sexual entre o branco da espata e a forma de falo da espádice. Pode ser também utilizada em vasos de diversos tamanhos e em paisagismo. É uma planta que necessita de bastante umidade e deve ser cultivada em solo argiloso, rico em matéria orgânica. Desenvolve-se melhor em clima temperado, com temperaturas médias de 22 graus. Pode estar localizada a pleno sol, desde que em solos com umidade constante, ou a meia sombra, com irrigação freqüente.

A espata é uma bráctea especial que protege as inflorescências que também são denominadas de espádices (onde ficam as verdadeiras flores). A espata apresenta estrutura carnosa e, em alguns casos, cores e forma exótica, numa espécie de estratégia usada pela natureza para atrair os agentes polinizadores (insetos e pássaros), uma vez que as verdadeiras flores apresentam-se insignificantes, agrupadas na espádice.

O copo-de-leite é uma planta tóxica - todas as partes da planta - e a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos gera edema, fotofobia, lacrimejamento, irritação com congestão - irritação e lesão da córnea -. Os princípios ativos são ráfides de oxalato de cálcio e saponinas. Os cristais de oxalato de cálcio ejetados pelas ráfides determinam apenas fenômenos irritativos das mucosas. O tratamento é sintomático com leite, clara de ovo, azeite de oliva e bochechos com hidróxido de alumínio, com a utilização de analgésicos e antiespasmódicos, além de corticóides em casos graves. Se ocorrer contato ocular deve ser feita uma lavagem demorada com água corrente e colírios antissépticos. É recomendado e indispensável o acompanhamento por um oftalmologista.

Fontes:
https://www.fiocruz.br/sinitox/copodeleite.htm
https://www.ib.unicamp.br/plant-aq-SP/img/plantas/Zantedeschia_aethiopica.html
https://www.hortus.hpg.ig.com.br/planta.html
https://www.achetudoeregiao.com.br/Arvores/plantas_toxicas.htm
https://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agropecuario/index.html&conteudo=agropecuario/plantas_toxicas/copoleite.html

Os escorpiões.

São animais do filo Arthropoda, subfilo Chelicerata, classe Arachnida e ordem Scorpionida. Possuem 6 pares de apêndices no tórax em que o primeiro par são as quelíceras ( função alimentar), o segundo par corresponde aos pedipalpos, com função manipuladora ou copuladora, nos machos, e os outros 4 pares são patas locomotoras. No seu corpo, existe junção da cabeça e do tórax em um tagma denominado prossoma (cefalotórax), onde se localizam os olhos, as quelíceras, os pedipalpos terminados em quelas (pinças) e as pernas e os pentes, o mesossomo possui sete segmentos, onde estão localizados as aberturas dos pulmões e opérculo genital e o metassomo ("cauda") que possui cinco segmentos, onde encontramos na extremidade, o ferrão e as glândulas de peçonha e o ânus. Em seu interior existem duas glândulas de veneno e o espinho, que é oco como uma agulha de injeção, é o mecanismo utilizado para a inoculação. Não possuem audição e sentem vibrações do ar e do solo. Enxergam pouco, apesar de terem dois olhos grandes e vários pequenos. Seus principais predadores são pássaros, lagartixas e alguns mamíferos insetívoros. Possui uma estrutura chamada de tricobótrio, com a qual percebem qualquer movimentação do ar, estão localizados nos pedipalpos.
Assim sendo os escorpiões são animais peçonhentos e algumas espécies possuem peçonha neurotóxica que pode matar um homem. Os escorpiões possuem uma quantidade muito pequena de peçonha nas glândulas, mas de grande atividade tóxica. A maior parte dos acidentes em adultos é benigna, mas em crianças e idosos é quase sempre fatal, se não forem tomadas as devidas providências em curto espaço de tempo. O veneno é rapidamente absorvido pela pele e músculos, deslocando-se para o sangue, rins, pulmão e sistema nervoso. A maior ação ocorre no sistema nervoso, com efeitos locais e sistêmicos. O envenenamento por estes animais causa dor local intensa, que se irradia por todo o corpo, podendo ainda ocorrer inchaço e vermelhidão leves no local da picada. A dor causada se torna tão intensa que o paciente entra em choque neurogênico, o que pode levá-lo à morte. Outros efeitos visíveis, além da dor, são: aumento de todas as secreções; perturbações respiratórias; paralisia respiratória; choque devido ao aumento da pressão sanguínea; alterações cardíacas; vômitos; cólicas intestinais; diarréia; aumento da urina com emissão involuntária desta; tremores musculares; convulsões; paralisias musculares e outros. São acidentes menos notificados que os ofídicos. Sua gravidade está relacionada à proporção entre quantidade de peçonha injetada e massa corporal do indivíduo.
Os escorpiões de importância médica no Brasil pertencem ao gênero Tityus, que é o mais rico em espécies, representando cerca de 60% da fauna escorpiônica neotropical. As principais espécies são: Tityus serrulatus, responsável por acidentes de maior gravidade, Tityus bahiensis e Tityus stigmurus. O Tityus cambridgei (escorpião preto) é a espécie mais freqüente na Amazônia Ocidental (Pará e Marajó), embora quase não haja registro de acidentes. As diversas espécies do gênero Tityus apresentam um tamanho de cerca de 6 a 7cm, sendo o Tityus cambridgei um pouco maior.
Tityus serrulatus é amarelo claro, com manchas escuras sobre o tronco e na parte inferior do fim da cauda, podendo chegar a 7cm. O quarto anel da cauda possui dentinhos formando uma serra. É encontrado nos Estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.
Tityus bahiensis apresenta colorido geral marrom-escuro, às vezes marrom-avermelhado, pernas amareladas com manchas escuras. os fêmures e tíbias dos pedipalpos com mancha escura. O pedipalpo do macho é bem dilatado. Distribuição geográfica: Bahia até Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Tityus stigmurus apresenta colorido geral amarelo-claro com um triângulo negro na cabeça e uma faixa longitudinal mediana e manchas laterais no tronco. Distribuição geográfica: Nordeste do Brasil.
Tityus cambridgei apresenta colorido geral castanho-avermelhado, com pontos de cor clara. O macho apresenta uma cauda mais longa que a fêmea. Distribuição geográfica: Região Amazônica.
Tityus trivittatus apresenta colorido amarelo-escuro, com três faixas longitudinais quase negras, podendo haver pequenas variações na cor. Atinge cerca de 7cm de tamanho. Distribuição geográfica: Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O tratamento consiste na aplicação local de anestésico e, nos casos mais graves, deve ser usado o soro antiescorpiônico ou antiaracnídico. O soro antiescorpiônico é uma solução purificada de anticorpos específicos para uso no envenenamento por escorpiões do gênero Tityus. Não pode ser usado para acidentes com aranhas.
Nos casos benignos, onde a dor é suportável, a soroterapia é dispensada pelo médico após a aplicação de anestésicos locais e o desaparecimento da dor. A soroterapia deve ser feita em
crianças menores de 7 anos, adultos idosos em adultos em que a dor persiste após a aplicação de analgésicos locais. Em acidentes com escorpiões pode ser usado, eventualmente, o soro antiaracnídico polivalente (que possui uma parte de anticorpos contra o veneno de escorpiões), mas este é, geralmente, menos usado por causar reações alérgicas e choque.
Lixo, entulho e sujeira, somados a umidade criam um ambiente perfeito para a fixação de escorpiões. Estes aracnídeos se alimentam apenas de animais vivos ou seja eles tem que caçar a sua refeição, as baratas são um dos seus alimentos prediletos. Os escorpiões são carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, como grilos baratas e outros, desempenhando papel importante no equilíbrio ecológico. Apresentam hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob cascas de árvores, pedras, troncos podres, dormentes de linha de trem, madeiras empilhadas, em entulhos, telhas ou tijolos e dentro das residências. Muitas espécies vivem em áreas urbanas, onde encontram abrigo dentro e próximo das casas, bem como alimentação farta. Os escorpiões podem sobreviver vários meses sem alimento e mesmo sem água, o que torna seu combate muito difícil. NÃO existe nenhum veneno comprovadamente eficaz contra este animal. O uso de venenos tem provocado até aumento de aparecimento de escorpiões pois estes os irritam e os desalojam. As desinsetizações habituais não os eliminam, pois o produto fica no ambiente em que foi aplicado e os escorpiões costumam estar escondidos. O fato de respirarem o inseticida ou comer insetos envenenados não os mata. São resistentes inclusive à radiação.
A fecundação ocorre com espermatóforos. O opérculo genital é a abertura reprodutiva por onde o macho libera seu sêmen (com espermatóforo) e a fêmea os recebe após uma dança de acasalamento característica. Os escorpiões tem reprodução sexuada, sendo que o acasalamento é precedido de uma dança nupcial onde o macho deposita uma cápsula contendo espermatozóides (espermatóforo) antes limpando o chão com os pentes, em seguida puxa a fêmea para cima dos espermatóforos para que ela receba-os. O pente é uma estrutura dupla, em forma de "V" localizada de maneira diagonal ao opérculo genital. O nome vem da semelhança com um pente de cabelo, pela presença de dentes enfileirados. Tem função sensorial e pode emitir sons quando o escorpião os vibra rapidamente e os esfrega sobre a superfície áspera do primeiro esternito. Este som, característico de algumas espécies como os do gênero Rhopalurus (norte do Brasil), servem para intimidar possíveis predadores e para o período de pré-acasalamento. Alguns escorpiões são partenogenéticos, isto é, não necessitam do macho para procriar. Os escorpiões são ovovivíparos, ou seja, incubam os ovos no trato reprodutivo da mãe e podem gerar de 6 a 90 filhotes onde a incubação demora meses. Os filhotes ao nascerem permanecem no dorso da mãe, onde irão sofrer mudas até que possam alimentar-se sozinhos, já nascem com uma reserva nutritiva que lhes permite ficar um tempo sem comer. Alcançam a idade adulta em torno de um ano.

Fontes:
Instituto Butantan. Aranhas e Escorpiões. Série Didática 4. São Paulo, SP s/d.
Ministério da Saúde/Fundação Nacional de Saúde. Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos. Brasília, 1998, 131p.il.
Schvartsman, Samuel. Plantas Venenosas e Animais Peçonhentos. 2.ed. São Paulo, SP, 1992.
Pardal, P.P.O e Yuki, R.N. Acidentes por animais peçonhentos: manual de rotinas. Belém, PA. Universitária, 2000, 40p.
Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul. Animais Venenosos. Porto Alegre, RS, dezembro 1999. (folder)
______. Monografias em Toxicologia de Urgência. Porto Alegre, RS, 1997, 330p., v.2.
______. Monografias em Toxicologia de Urgência. Porto Alegre, RS, 1998, 314p., v.3.
______. Monografias em Toxicologia de Urgência. Porto Alegre, RS, 1999, 379p., v.4.
Centro de Informação Toxicológica de Curitiba. Prevenção de Acidentes com Animais Peçonhentos. Curitiba, PR 1997.
https://www.saude.rj.gov.br/animaispeconhentos/escorpespecies.html
https://www2.fiocruz.br/pdf/sinitox/escorpioes.pdf
https://www.bioterium.com.br/bioterium/animais/Aracnideos/03Escorpioes.Htm

Algas gigantes

As maiores espécies de algas do planeta pertencem ao grupo das feofíceas ou “algas pardas”. Algas dos gêneros Macrocystis e Laminaria formam os kelp, agrupamentos de algas de grande porte, muito comuns em regiões de águas frias. Kelp é o nome genérico atribuído a algas castanhas de grandes dimensões (ordem Laminariales, da classe Phaeophyceae), que se distribuem pelas águas costeiras, temperadas frias e ricas em nutrientes, de quase todo o mundo. Os kelps-gigantes (Macrocystis pyrifera) são as maiores de todas as algas, podendo atingir 65 metros de comprimento. Em águas rasas de mares temperados apresentam um crescimento espantoso, chegando a formar florestas submarinas com vários quilômetros de extensão; em condições ideais de luz e nutrientes, podem crescer meio metro por dia, alcançando até 60 ou 65 metros de comprimento. Fixam-se ao fundo (bentônicas) e crescem verticalmente, formando frondosas florestas marinhas – as florestas de kelp. Aqui instalam-se comunidades ricas em todo o tipo de organismos, que dependem, direta ou indiretamente, destas grandes algas. Muitos animais procuram refúgio e alimento entre as suas lâminas e principalmente, entre as ramificações da estrutura com que o kelp se fixa ao fundo. A lontra-marinha até se enrola no kelp junto à superfície, para evitar ser arrastada pela corrente. Da mesma forma que os recifes de coral nos trópicos, estas "árvores" aquáticas protegem e abrigam inúmeros organismos. Um deles é o ouriço-do-mar. Herbívoro voraz, ele encontra alimento farto e se multiplica rapidamente. Em alguns locais, eles são explorados pela indústria pesqueira, que extrai seus ovos para serem vendidos na Ásia. No Brasil, as algas grandes só são encontradas na costa do Espírito Santo, a 40 metros de profundidade. São feofíceas do gênero Laminaria, que atingem até quatro metros.

A existência destas comunidades ou populações de macroalgas representam um potencial de elevado interesse científico e econômico, dado que as macroalgas são matéria prima para a produção de diferentes ficocolóides (agar-agar, alginato, carragena), de elevado interesse comercial. Macrocystis pyrifera (cachiyuyo, na Argentina) é matéria prima para a produção de alginato. Alginatos são extraídos da parede celular. A algina é constituída principalmente pelo sal sódico do ácido algínico, polímero linear do ácido L-gulurônico e do ácido D-manurônico. Essa gelatina é produzida pelas algas que vivem na região costeira, como um meio de proteção contra o ressecamento durante a maré baixa. O composto será utilizado do fabrico de pneus à indústria alimentar, por exemplo para conferir uma textura mais cremosa aos gelados. O alginato de sódio produz na água soluções de alta viscosidade, também sendo utilizado na indústria na preparação de pastas dentais. Forma gel em temperatura ambiente, usado para aumentar a viscosidade dos sucos de frutas, dos sorvetes, dos recheios de tortas e das coberturas de bolos, como espessante em pudins e outros produtos semelhantes, assim como estabilizante de espuma em cervejas. O alginato é usado nas indústrias têxtil, cosmética, de alimentos, no setor agrícola, farmacêutico, no setor odontológico, médico e na indústria de química fina. Dos setores mencionados, a indústria têxtil é a que mais consome (aproximadamente 50% do total importado).
Assim, o alginato é usado em diferentes indústrias, fabricação do papel, vidro, fixação da cor em tecidos e quadros, como estabilizador e espessante de pinturas; e na indústria alimentícia (doces, gelatinas, sopas, maioneses, yoghurt, sorvetes e diferentes embutidos de carne).
No litoral da Califórnia, Macrocystis é explorada comercialmente como fonte de vitamina A, utilizada em medicamentos e cremes que previnem ao envelhecimento. Controla o fotoenvelhecimento e é, segundo os fabricantes, ideal para tratamento anti-rugas, contribuíndo também, em muito, para o bom funcionamento do sistema nervoso e endócrino; a sua ação reflete-se na saúde dos cabelos, numa pele macia e num reforço do sistema imunológico. Também é recomendada para distúrbios nervosos, distúrbios circulatórios, asma, bronquite, prisão de ventre, diarréia, má digestão, eczemas, erupções, vermelhidão da pele, queimaduras, problemas musculares, disfunções renais, distúrbios do aparelho genito-urinário, desmineralização, fadiga, estresse, fraqueza, raquitismo, anemia, hipotireoidismo, suplemento alimentar, auxiliar em regimes de emagrecimento. O produto Algas-Natus seria composto das vitaminas A, B1, B12, C, D e E, sendo uma fonte natural de sais minerais de potássio, ferro, cálcio, iodo e fósforo. Ajudaria a combater a celulite, flacidez, rugas precoces e a obesidade. Fortaleceria as unhas e cabelos fracos e quebradiços.

O seu ciclo de vida apresenta uma alternância de duas gerações morfológicamente diferentes, onde a geração dominante em tamanho e duração é a esporofítica ( metagênese, com esporófito dominante) e com duas fases, uma haplóide e outra diplóide (diplohaplofásico). O esporófito, que forma os esporos por meiose é de cor parda e nele se diferenciam duas regiões distintas: a base, constituída por uma espécie de ganchos grossos (os rizóides), que fixam o talo firmemente ao substrato, e que pelo seu aspecto, lembram as raízes das plantas vasculares. Acima existe uma parte cilíndrica lisa, flexível que constitui a “estipe” ou caulóide, e que termina em uma grande lâmina mais ou menos dividida (o filóide). O crescimento do talo é assegurado por uma “região meristemática” situada entre o caulóide e o filóide, onde as células se dividem ativamente. Quando o talo do esporófito torna-se fértil, fica coberto de grandes placas irregulares ou soros, de cor mais escura. Cortes transversais nessas placas revelam a presença de numerosos sacos alargados, cheios de pequenas células (esporângios com esporos). Estes sacos estão mesclados com grandes células estreitas, quase incolores, com paredes grossas no ápice, que são elementos estéreis ou paráfisis. Nos esporângios, por meiose, se originam numerosos meiósporos que, quando atingem a maturidade, saem por um poro terminal. Estas células nadam impulsionadas por dois flagelos laterais e apresentam um cloroplasto. Depois de um certo tempo de mobilidade, os meiósporos (com sexualidade definida) se fixam ao substrato e perdem os flagelos, dando lugar a uns filamentos, haplóides, rasteiros, ramificados, de estrutura simples, que são aos gametófitos masculinos e femininos (alga dióica).

Fontes:
https://www.anatomiavegetal.ib.ufu.b
https://www.bioware.com.br

Pressão arterial

A cada vez que bate, o coração joga o sangue pelos vasos sangüíneos chamados artérias. As paredes dessas artérias são como bandas elásticas que se esticam e relaxam a fim de manter o sangue circulando por todas as partes do organismo. O resultado do batimento do coração é a propulsão de uma certa quantidade de sangue (volume) através da artéria aorta. Quando este volume de sangue passa através das artérias, elas se contraem como que se estivessem espremendo o sangue para que ele vá para a frente. Esta pressão é necessária para que o sangue consiga chegar aos locais mais distantes, como a ponta dos pés, por exemplo. Assim, quando o seu coração se contrai, o sangue é bombeado para fora e empurrado contra as paredes das artérias, fazendo com que elas se expandam. A força com que o sangue é impulsionado contra as paredes arteriais é conhecida como pressão arterial sistólica. Após a contração, o coração relaxa e os vasos sanguíneos retraem-se. A medição efetuada neste ponto determina a sua pressão arterial diastólica.

Os números, 12 (120) por 8 (80) ou 14 (140) por 9 (90), significam uma medida de pressão calibrada em milímetros de mercúrio (mmHg). O primeiro número, de maior valor, chamado sistólico, corresponde à pressão da artéria no momento em que o sangue foi bombeado pelo coração. O segundo número, de menor valor, é chamado de diastólico, e corresponde à pressão na mesma artéria, no momento em que o coração está relaxado após uma contração. Não existe uma combinação precisa de medidas para se dizer qual é a pressão normal, mas em termos gerais, diz-se que o valor de 120/80 mmHg é o valor considerado ideal.
O local mais comum de verificação da pressão arterial é no braço, usando como ponto de ausculta a artéria braquial.
A pressão arterial sofre variações ao longo do dia e de dia para dia, dependendo da sua atividade ou da forma como se sente. A sua pressão arterial pode subir se estiver nervoso ou contrariado, e baixar se estiver calmo e relaxado.
A pressão arterial normal num adulto alcança um valor máximo de 140 mmHg (milímetros de mercúrio) e mínimo de 90 mmHg. Valores maiores indicam hipertensão (pressão alta). A hipertensão é uma doença que não tem cura mas, pode-se, através de tratamento, manter controlados os níveis da pressão arterial. Se permanecer alta ou descontrolada, a pressão poderá provocar problemas bastante sérios, como doenças do coração, infarto, perda da visão, paralisação dos rins e derrame, todos com graves conseqüências e de tratamento mais difícil.
É muito importante que nós tenhamos uma adequada pressão arterial pois, se esta for muito baixa, o fluxo será insuficiente para nutrir todos os tecidos; por outro lado, uma pressão excessivamente elevada pode, além de sobrecarregar o coração, acelerar o processo de envelhecimento das artérias e, pior ainda, aumentar o risco de um acidente vascular (do tipo derrame cerebral). A análise dos dados científicos existentes indicam que o uso rotineiro de dieta com pouco sal (cerca de 6g de sal por dia) é benéfica no tratamento da hipertensão arterial. Isso é especialmente importante nos pacientes idosos, negros, obesos e os com insuficiência renal. Adicionalmente, a dieta com pouco sal auxilia aos medicamentos, além de diminuir as perdas de potássio. É recomendável não adicionar sal em saladas e outros alimentos temperados à mesa, substituir o sal da salada por limão ou vinagre, evitar enlatados e os chamados fast food, além de reduzir o sal acrescentado no preparo dos alimentos.

Fontes:
https://www.if.ufrj.br/teaching/fis2/hidrostatica/pressao_art.html
https://www.medicina.ufmg.br/spt/sptcl1.htm
https://www.pfizer.pt/saude/cardio_hip_hipert.php#1
https://www.icb.ufmg.br/~neurofib/Engenharia/Hemodinamica/controle_da_pressao_arterial.htm

O gene da gordura

(FAPESP) Um grupo de cientistas da Universidade do Estado de Nova Jersey (Rutgers), nos Estados Unidos, identificou um gene e a função molecular de sua proteína resultante que oferecem uma nova pista para entender melhor a obesidade e podem levar ao desenvolvimento de novos medicamentos para o controle do metabolismo da gordura.
Os pesquisadores descobriram que uma proteína conhecida como lipina é uma enzima importante no processo de regulagem da gordura. “A atividade da lipina pode ser um alvo farmacêutico importante para o controle da gordura corporal em humanos, levando ao tratamento de condições que vão da obesidade à perda de peso em portadores de HIV”, disse George Carman, líder da pesquisa, em comunicado da instituição norte-americana.
Estudos anteriores com camundongos mostraram que a falta de lipina causa a perda de gordura, e que o excesso promove o acúmulo de uma quantidade extra, o que levou à conclusão de que a substância estaria envolvida com o metabolismo da gordura. Só não se sabia como.
Em artigo que foi publicado na edição de 7 de abril de 2006 do Journal of Biological Chemistry, os pesquisadores descrevem que a lipina é uma enzima denominada PAP, um catalisador protéico necessário para a formação de gorduras, especialmente triglicerídios.
O grupo (Gil-Soo Han, Wen-I Wu, and George M. Carman, do Department of Food Science, Cook College, New Jersey Agricultural Experiment Station, Rutgers University, New Brunswick, New Jersey) tomou como modelo de estudo o fermento biológico (Saccharomyces cerevisiae) usado por padeiros. “Isolamos a enzima PAP do organismo que corresponde na forma à lipina em mamíferos e verificamos que as células sem a enzima apresentaram uma redução de 90% de gordura”, explica Carman.
Os pesquisadores analisaram a sequência de aminoácidos que formavam a enzima PAP, o que permitiu rastrear a origem do processo até o gene responsável pela ativação, o PAH1. Para confirmar a relação, introduziram em bactérias o gene que acabara de ser identificado. Os resultados foram similares.
A equipe da Rutgers verificou em seguida que a enzima codificada pelo gene PAH1 não apenas era semelhante como atuava de forma muito parecida com a lipina encontrada em mamíferos, deduzindo dali a relação entre a enzima PAP e a lipina.
Os pesquisadores analisaram a seqüência de aminoácidos que formavam a enzima, o que permitiu rastrear a origem do processo até o gene responsável pela ativação, o PAH1. Para confirmar a relação, introduziram em bactérias o gene recém identificado. Os resultados foram similares.
A equipe da Rutgers verificou em seguida que a enzima codificada pelo gene PAH1 não apenas era semelhante como atuava de forma muito parecida com a lipina encontrada em mamíferos, deduzindo dali a relação entre a enzima PAP e a lipina.
Comentário: Em 1994 foi clonado o gene da leptina, que desencadeou uma verdadeira revolução na compreensão da biologia da obesidade. O hormônio leptina é produzido no tecido adiposo branco e o seu receptor expressa-se em vários tecidos mas, seus efeitos sobre o peso corpóreo manifestam-se por ação hipotalâmica. A leptina é um marcador da quantidade de tecido adiposo, de modo que, com o aumento da massa adiposa, aumenta a produção de leptina, que reduz a ingestão alimentar (via inibição de neuropeptídeo Y) e aumenta o gasto energético, o que tende a fazer a massa adiposa retornar ao seu "set point". Nas pessoas obesas, no entanto, o "set point" é diferente, talvez devido a resistência à ação da leptina. Já foram identificadas várias crianças que não produzem leptina: elas nascem com peso normal mas, devido a um apetite voraz, rapidamente, tornam-se obesas. Estes pacientes beneficiam-se do uso de leptina, à semelhança das experiências realizadas com os ratos ob (ratos deficientes em leptina). No entanto, a maioria das pessoas obesas apresentam excesso de leptina e não falta, sugerindo que o mecanismo seja mais uma resistência à ação deste hormônio do que sua falta, talvez devida a dificuldade em atravessar a barreira hemato-liquórica.

A leptina é um hormônio protéico específico produzido e secretado pelo tecido adiposo, que funciona como um "adipostato", referindo-se à Teoria Lipostática, que prediz que a composição e o peso corporais em humanos são determinados por interações entre fatores genéticos, ambientais, comportamentais e sociais e da resposta a um sinal periférico produzido em quantidades proporcionais ao tecido adiposo no organismo.
A existência desse fator circulante, que aumenta com os estoques de energia e age no cérebro para inibir a ingestão de alimentos e as reservas no tecido adiposo, foi descoberta após mutações genéticas denominadas por obese (ob) e diabetes (db). Baseado nesses estudos foi sugerido que a mutação ob estava relacionada à produção de um fator circulante e a db com a resposta a esse mesmo fator. Assim, o fator circulante, produto do gene ob, foi chamado leptina (do grego leptos que significa magro), porque este mostrou ser capaz de diminuir o peso corporal e a massa de tecido adiposo quando injetado em camundongos.
Conclusão: Os mamíferos podem tornar-se obesos através de vários mecanismos. Até o momento, sete genes são conhecidos como causadores da obesidade humana e pelo menos 20 têm influência no acúmulo lipídico em ratos. Os dois primeiros genes a serem implicados foram o gene agouti e o gene da leptina e vários princípios surgiram do estudo desses vários genes.
A maioria dos homólogos humanos dos genes da obesidade do rato causa obesidade em humanos e daí o interesse no estudo da obesidade nesses animais. Somente alguns dos genes que podem causar obesidade serão úteis como alvos para desenvolvimento de drogas para combater a obesidade. A obesidade humana mais comum é causada por interação de múltiplos genes. Desta forma, a despeito de um maior avanço sobre a biologia da obesidade, com a possível exceção do gene do receptor de melanocortina 4 (MC4R), nenhum gene único é conhecido como causador de obesidade (Warden, 2001).

Fontes:
https://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=5257
https://quark.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/colaboracoes/leptina.html
https://www.jbc.org/
https://noticias.terra.com.br/imprime/0,,OI933216-EI296,00.html
https://www.infomed.hpg.ig.com.br/genetica_da_obesidade.html
Damiani D, Carvalho DPC, Oliveira RG. Obesidade na infância – um grande desafio!. Pediatria Moderna, 2000; XXXVI : 489-528
Stunkard AJ, Sorensen TI, Hanis C, Teasdale TW, Chakraborty R, Schull WJ, Schulsinger F. An adoption study of human obesity. N Engl J Med, 1986; 314:193-8
Borjeson M. The aetiology of obesity in children. A study of 101 twin pairs. Acta Paediatr Scand, 1976; 65: 279-87
Van den Bree MBM, Eaves LJ, Dwyer JT. Genetic and environmental influences on eating patterns of twins aged >=50y. Am J Clin Nutr, 1999; 70:456-65
Wardle J. Obesity and behaviour change : matching problems to practice. International Journal of Obesity, 1996; 20:S1-S8